ESTUDO DA OBRA "NO MUNDO MAIOR" ANDRÉ LUIZ - 42

Como dizemos na edição anterior a analise  de André Luiz, era referente a diagnóstico da matéria física - NEURASTENIA CÉREBRO-CARDÍACA.

Porém, a esquizofrenia sofrida por Fabrício atingia seu perispírito, devido a moléstias variáveis e indeterminadas do organismo perispiritual.

Analisando mais intensamente, André observou:

• Fabrício era um ser praticamente alienado do mundo exterior.
• Seus braços eram imóveis.
• Seu olhar permanecia estático em lugar nenhum.
• Era distante de qualquer sugestão exterior.

Quanto a sua zona mental:

• Imaginação super-exitada.
• Pensava e vislumbrava em tempo integral.
• Sua mente gritava em um passado.

A primeiro momento, recordou o cenário em que se encontrava um velho agonizante, pedindo-lhe cuidados a três jovens, ali presentes, tratava-se de seu pai e irmãos.

Em seguida, sua mente, seus pensamentos, pulavam a outro cenário.

O velho e os jovens, pelos quais recordava-se a principio, retornaram, agora em revolta contra Fabrício, acusando-o com nomes indignos.

Sua consciência e acusava, por tempo integral, através das infelizes reminiscencias.

Tentava fugir a qualquer custo, destes pensamentos, mas existia um duelo, entre sua consciência e sua memória.

Em meio a tantos pensamentos torturantes, em estado quase inerte, adenta naquele momento, no quarto, uma senhora, chamando-lhe a atenção a refeição, necessária para sua saúde, já debilitada.

Então, Fabrício a expulsa dos aposentos, aos gritos e blasfêmias, destratando-a, demonstrando ingratidão e cólera, contra a mulher e todos, que o rodeiam.

Conclui-se que Fabrício está, praticamente louco, tateando a alienação mental, só não chegou  a loucura total, graças aos cuidados de uma senhora, parente já desencarnada.

Fabrício só acalmou, após passes magnéticos, aplicados por Calderaro.

CASO FABRÍCIO

Como vimos nas memórias de Fabrício, seu pai, antes de desencarnar, pediu-lhe que amparasse seus três irmãos.

Porém, Fabrício despesou cada palavra de seu pai, apropriou-se da casa e da herança da família, abandonando seus três irmãos, em total miséria.

Cada um deles desprendeu-se da matéria de formas diferentes, porém sob a causa da pobreza que se encontravam, depois da morte do pai e da traição de Fabrício.

Fabrício no entanto, passou a viver em luxo e prazeres, esquecendo-se totalmente da família, pior, fugindo à responsabilidade consciente do mal cometido.

O tempo passou, mas o registro do passado ainda existia na mente de Fabrício.

Este registro reascendia, nas memórias de Fabrício constantemente.

Seus privilégios financeiros, aos poucos começavam a se tornar cortina escondendo suas atrocidades regressas.

Até que o tempo consumiu sua matéria, seu corpo físico, então o que restou-lhe na velhice foram as lembranças, que infelizmente não eram nada felizes.


Obs.
A observação citada a cima, é um ponto muito importante a ser considerada.
O que é a velhice?
A velhice, nos tira a vitalidade, a disposição, a energia mais forte, mas nunca irá nos tirar as lembranças.
Assim, devemos considerar, que o que realizamos hoje, pode nos marcar o resto de nossas vidas, mesmo sendo um ato, aparantemente insignificante.
É importante, termos amigos, é certo que um dia eles nos deixarão, por causa do tempo, por causa da distância, não importa o motivo, mas nos deixarão, mas...

As lembranças de nossos amigos, ficarão em nossos coração eternamente.

Nossa família, por mais distante que possamos viver dela, quando temos amor, nunca estará longe o suficiente, para romper nossa ligação.
A questão é, se dermos amor, receberemos amor, em nossa velhice, que é certa!!!

Vamos ensinar nossos filhos a nos amar, como também a respeitar os mais velhos, pois no dia em que chegarmos lá, eles nos acolherão e nos guardarão, e principalmente, saberão retribuir tudo o que lhes oferecemos um dia.

Quando eu falo de amparo, não é somente do lado material, mas do lado amoroso.

Você beijou seu filho, você abraçou seu filho, você o ouviu, quando em sua adolescencia,sua juventude, precisou de um amigo?

Então, ele lhe ouvirá., mesmo que sejam palavras rabugentas, mas ouvirá, com todo o amor e paciência, que VOCÊ, lhe ensinou a ter com as pessoas.

Vamos dar amor, para que um dia, na hora de nossa fraqueza física, possamos receber de nossos amados, também.

A mente de Fabrício , não encontrava mais refúgio, já que não tinha mais prazer em usufruir de todo seu patrimônio financeiro.

• Suas lembranças exigiam reparação.
• Seu presente não era tranquilo, era atormentado pelos fantasmas do passado.
• Se tentasse elevar seus pensamentos a Deus, era surpreendido por sua consciência, envergonhada.
• Sentia-se perdido, porque não havia mais maneira de reparar o mal realizado, pois nenhuma de suas vítimas estavam vivas, todos haviam desencarnado.

Então, agarrou-se nas zonas mais baixas do ser.

Perdeu as ambições nobres e ideais sadios, vivia em tédio constante e desgosto pela vida.

Como sua mente o incriminava o tempo todo, achava que todas as pessoas que o cercavam, também o perseguiam, ou o acusavam.

Desconfiava de todos o tempo todo.

Para ele, todos os pratos, que lhe serviam alimentos, podiam estar envenenados.

Achava que todas as pessoas que o cercavam, era por interesse material, queriam roubar-lhe o dinheiro, ou seus bens, em fim, todos tinham algum interesse, por estarem presentando solidariedade, ninguém neste mundo era sincero o suficiente, ninguém lhe dispensava uma amizade sincera.